Chove lá fora, mas eu só ouço o barulho do vento. Ele grita baixinho, e quando pareço não dar muita atenção a esse quase sussurro, ele grita o meu nome. Contudo, o que precisa não é de atenção. Ele espera por mais, talvez um carinho... Quando abro a janela, ele não entra. Convida-me para sair, para brincar com ele. Então, percebo que ele espera mais do que atenção, mas do que carinho... Logo, eu saio. Entretanto, ele se assusta. Foge de mim? “Por quê? Era ele que me pediu para sair!” Corro atrás dele. Entre curvas, pedras e poça d’águas não o encontro. Volto para casa, triste, confuso, decepcionado... Então, percebo que não era o vento que fugia de mim, mas sim, o calor do meu corpo que não o deixava se aproximar. Penso, “será que não devo me manter frio em sentimentos para aproximar os bons ventos?”.