27 maio 2009

Acertando os ponteiros do respeito.

A professora pergunta se eu esqueci o relógio em casa. Sem entender, entro e sento. Ela faz cara de brava e insiste. Sorrio e digo que não sei ver as horas. Ela, então, me pergunta como um homem do meu tamanho não sabe ver as horas. E, após pensar bastante, eu digo a ela que como pode uma mulher maior que eu não ser paciente com um atraso. Mais uma vez, ela me mostra a indignação em traços oblíquos. E eu, sem medo do mesmo, pergunto como pode alguém ficar tão brava com alguém que ainda não foi instruído para ver as horas. E ela, ao respirar e pensar por alguns minutos, diz-me pacientemente que se desculpa pela falta de carinho, e então, retoma a matéria e promete me ensinar a ver as horas. Eu a prometo não me atrasar mais após isso ocorrer.
Naquele dia, fui para casa pensando sobre como é possível estabelecer relações saudáveis com quem foi instruído para tal. Como é possível haver paz, quando se tem respeito e amor ao próximo. E que sempre é possível aprender muito com alguém que tem sensibilidade e paciência para ensinar. Mais importante que isso é ser fiel ao contrato estabelecido, preservando os próprios valores e respeitando os do próximo. Fui para casa feliz. Aprendi muitas lições em um dia de aula.

24 maio 2009

gritO

=O gritO

pOrque O mOmentO
nãO existe
e quandO existe,
me
ASSOMBRA,
pOrque O imagináriO
nãO permite
e quandO permite,
me
ILUDE,
pOrque O medO
nãO perdOa
e quandO perdOa,
me
IRRITA,
pOrque O querer
nãO é pOder
e quandO quero,
me
ENTREGO
:/

20 maio 2009

Por e-mail…

…recebi este, acho que é pessoal. (gargalhadas)

Para que serve uma relação?
Definição mais simples e exata sobre o sentido de mantermos uma relação?
"Uma relação tem que servir para tornar a vida dos dois mais fácil".
Vou dar continuidade a esta afirmação porque o assunto é bom, e merece ser desenvolvido.
Algumas pessoas mantém relações para se sentirem integradas na sociedade, para provarem a si mesmas que são capazes de ser amadas, para evitar a solidão, por dinheiro ou por preguiça. Todos fadados à frustração.Uma armadilha.
Uma relação tem que servir para você se sentir 100% à vontade com outra pessoa, à vontade para concordar com ela e discordar dela, para ter sexo sem não-me-toques ou para cair no sono logo após o jantar, pregado.
Uma relação tem que servir para você ter com quem ir ao cinema de mãos dadas, para ter alguém que instale o som novo, enquanto você prepara uma omelete, para ter alguém com quem viajar para um país distante, para ter alguém com quem ficar em silêncio, sem que nenhum dos dois se incomode com isso.
Uma relação tem que servir para, às vezes, estimular você a se produzir, e, quase sempre, estimular você a ser do jeito que é, de cara lavada uma pessoa bonita a seu modo.
Uma relação tem que servir para um e outro se sentirem amparados nas suas inquietações, para ensinar a confiar, a respeitar as diferenças que há entre as pessoas, e deve servir para fazer os dois se divertirem demais, mesmo em casa, principalmente em casa.
Uma relação tem que servir para cobrir as despesas um do outro num momento de aperto, e cobrir as dores um do outro num momento de melancolia, e cobrirem o corpo um do outro, quando o cobertor cair.
Uma relação tem que servir para um acompanhar o outro no médico, para um perdoar as fraquezas do outro, para um abrir a garrafa de vinho e para o outro abrir o jogo, e para os dois abrirem-se para o mundo, cientes de que o mundo não se resume aos dois.
Dr. Drauzio Varela

19 maio 2009

.Água que me roubam.


.
.A.
.água.
.azul que.
.me esvazia, que.
.me rodeia, que me.
.banha, que me beija, que.
.me enche de novas expectativas,.
.que me solidifica, que me seca,.
.que refletem nos meus.
.olhos azuis,.

é a mesma que dá fases ao meu caminho, que me prepara para a vida, que me previne dos acontecimentos, que me julga em valor, que me apresenta sem pudor, que me purifica, que me renova, que me aconselha, que seca sob a toalha de cor de lágrima.

16 maio 2009

Indignação

Em minha fase adolescente, quando mensagens envolviam e protegiam balas saborosas e inocentes, havia a emoção sem análise da descoberta dos verdadeiros encantos de uma juventude ainda não formada. Tais mensagens ajudavam e davam efeitos graciosos aos tais que veriam acontecer com o amadurecimento e fortalecimento do ser, como matéria de colaboração social, provocado pelos efeitos das experiências vivenciadas.
Lembro que certa vez, na ansiedade de uma dessas leituras, presentes gratuitos que vinham com o doce sabor da goma artificial, havia tal mensagem:

“Leva um minuto para conhecer uma pessoa especial,uma hora para apreciá-la, um dia para amá-la e mais do que uma vida inteira para esquecê-la.”

Hoje, quando estava no metrô, observei as pessoas e me questinei: Somente eu li essa mensagem ou todos esqueceram de valorizar o ser humano como essência, absorver a mensagem existente no mesmo? O que é mais importante: o presente e único sabor de cada um ou a insubstituível essência?

15 maio 2009

'Fancy coffee… I love this theory!'


At night…

*Would you like drinking some coffee… tonight?

*I’m looking forward to your answer.

*It would be great… for us!Think over‘cause can be dangerous too.

*'Why is my clock always being put forward? Sorry…'

*Can I suggest something else?

*I love smart and naughty boys.

…in the morning.

12 maio 2009

“Tudo se resolve na cama”, disse ela.

Silêncio. Todos olhavam para mim. Fechei, então, meus olhos com força e com uma pressão sobre-alterna... Mas logo os abri, senti-me no escuro, perdida, com medo. Não gosto do escuro desde quando era criança. Ao abri-los, decepção. Na primeira fila, meu pai, que olhava pra mim de uma maneira estranha, não parecia com reprovação e nem desprezo, mas me olhava fixo, assustou-me, até a compreensão....
Na verdade, naquele momento, eu me reprovei e me desprezei. Era algo que deveria deixar meu pai feliz, e acabei fazendo tudo errado. Acho que coisas como essa não devem acontecer encima do palco com a presença de grandes autores e compositores, na platéia.
- Sabe? Presenças importantes. Enfim...
Mas naquela noite, aconteceu comigo. Dei duro por aquilo, machuquei-me por um sorriso. O sorriso de meu pai... E foi arruinado... Tudo, a apresentação e a felicidade de meu pai...
- Saco!
A música, a platéia e as outras bailarinas apenas me viam correr para coxia. E lá, meu pai, que já me esperava com os braços abertos, calou-me apenas com o sorriso estampado. No primeiro momento, não o entendi. Mesmo assim, confusa e molhando a manga do casaco, queria pedir desculpas, pois fracassei. Porém, mesmo soluçando tanto que me impossibilitava de pedir qualquer coisa, fui levada ao inconsciente após ouvir de meu pai aquilo que jamais esquecerei.
- Filha! Você sempre foi a ovelha negra da família. Logo, sempre será especial aos olhos de quem a olhar, pois não existe o certo sem o erro. Não existe o amor sem o permitir-se a amar. E eu te amo muito nessa troca louca de pai e filha. Não existe mais felicidade de saber que os frutos planados hoje serão o alimento do mundo amanhã. Eu te amo mesmo sendo a minha ovelhinha chorona.
Após tal cena, cerca de 15 anos atrás, e mesmo ainda xingando a fita de minha sapatilha, eu digo em bom tom e com o coração acelerado, pois jamais irei me deixar esquecer.
- Da mesma maneira que não existe, nos dias atuais, o amor sem o sexo, mesmo sendo descartável, frio e sem sentido, sem o sexo não se chega ao amor. Após ter crescido e ter se tornado mulher, creio que foi o exemplo mais humano que obtive para resumir o que vem a seguir. Desculpe-me a brincadeira... Então, agradeço a todos os momentos e a todos os sexos feitos também, desculpe-me, para afirmar que não poderia chegar a ser alguém insubstituível, hoje, se meu caminho não tivesse sido feito de derrotas e fracassos, pois se fosse fazer uma comparação entre a vida e a cama, diria que tudo no final se resume na cama. Uma grande amiga, pois esteve presente em minha vida em todos os momentos felizes e tristes. Ainda bem que mais felizes e prazerosos que triste. Desculpe-me desabafei.
Ia me esquecendo... Obrigada, pai! Por me apoiar até mesmo nas derrotas e em meus fracassos. Eu te amo.

03 maio 2009

O tempo não pára…


“Parei, por um momento, parei e refleti no que realmente sou e represento. Senti-me longe, perdido e aniquilado. Por um momento, voltei no tempo... Mas jamais encontrarei um maluco arquiteto, amigo das máquinas, que construa uma nave do tempo, para que eu volte e diga o que, realmente, gostaria que tivesse acontecido.
Sinto-me sujo, mendigo de meus próprios atos. Sinto-me vazio... Pois já tinha escolhido sem mesmo ter conhecido. Sinto que o amar platônico um dia construído é o fogo que, hoje, dentro de mim não se apaga, e que assim mesmo, atenta a me queimar, a me consumir, a me fazer pagar pelo meu erro.
O tempo não pára. – alguém um dia cantou – complemento, O tempo não pára, mas nos mata sem dar explicação.
Sem respirar, sinto que o gelo do lar se aquece no meu próprio pensar. Eu tinha a certeza de que era a pessoa certa – eu e ele –, de que era para ser meu. Se as palavras, realmente, têm o poder de atrair o que queremos. Quero tê-lo em minha vida... Esperarei. Não sei... Se eu serei aceito, posso ter perdido a oportunidade para sempre... Não sei... Pode ser um engano, um erro, um rabisco... Não sei... Principalmente, não sei o que o amanhã me reserva... Mas sei que era para ser você.
Estou voltando... Situando-me... Estou chorando... Estou sentindo... Estou mudo... por quê?
Não sei... Quero ler de novo... Quero esfregar tudo de novo na minha fase de papel machê e mostrar para mim mesmo que sou um lixo por deixar “algo” sem saber a verdade... Não vivo novela, não vivo romance e muito mesmo temas catalogados em prateleira de locadora... Não sou como os movimentos literários... Não sou... Não sou nada, talvez!”
Com as lágrimas escorrendo e molhando o diário feito com jornal e folhas de pão, fechou o seu diário improvisado e foi caminhar pelo jardim para sanar as dúvidas, as quais contemplavam o momento e riam do amor, que mais uma vez habitava nas fracas pessoas daquela época.

Everybody Hurts

(Michael Stipe / William Berry / Peter Buck / Mike Mills)

When your day is long
And the night
The night is yours alone
When you're sure you've had enough of this life
Well hang on
Don't let yourself go
Cause everybody cries
And everybody hurts
Sometimes
Sometimes everything is wrong
Now it's time to sing along
(When your day is night alone)
Hold on, hold on
(If you feel like letting go)
Hold on
If you think you've had too much of this life
Well hang on
Cause everybody hurts
Take comfort in your friends
Everybody hurts
Don't throw your hand
Oh, no
Don't throw your hand
When you feel like you're alone
No, no, no, you're not alone
If you're on your own
In this life
The days and nights are long
When you think you've had too much
Of this life
To hang on
Well, everybody hurts
Sometimes, everybody cries
And everybody hurts
Sometimes
And everybody hurts
Sometimes
So, hold on, hold on
Hold on, hold on
Hold on, hold on
Hold on, hold on
(Everybody hurts
You are not alone)

01 maio 2009

À José Carlos, de batismo. Zeca, de profissão.

***

S
imples
uma palavra que se fecha
se ajusta sem qualquer pressa

Irriga-se na humildade
minúscula na modernidade
pobre mendiga simplicidade

Moça, cujo nome começa com s,
adjetiva-se insipiente, modesta, pobre, lacônica, esnobe
e com s termina-se o seu nome

Poucos a sabem usar
poucos a sabem experimentar
poucos a sabem viver e a amar

Logo, vivê-la é mais que prática
é essência
é mais que preciso saber sê-la

E sem saber o que significa
fica difícil simplesmente usá-la
pois transforma-se em simples pura teoria

Simples
uma palavra que se abre
se estreita sem qualquer prudência

***