ONTEM...
   
...Corri sob as pesadas lágrimas     
que eram derrubadas      
do imenso manto azul      
acima de mim.
   
Molhei-me da alegria     
de um hoje esperançoso      
divido em iguais partes.
   
Lavei-me de um pecado impetuoso     
sustentado por uma especiaria      
rara e condensada.
   
Vi as lágrimas cessarem de repente     
sem perdão de quem      
sonha em águas passadas.
   
Senti o vento brando     
do amanhã bater      
em minhas largas costas      
de menino mimado.
   
Sequei-me com o olhar     
de um mesmo amanhã incerto      
e não analisado pelos olhos      
de quem gosta.
   
Vesti-me de esperanças     
criadas por um criador confuso      
e maciço como pedra virgem.
   
Descanso desta corrida     
terminada em cama macia      
e correspondida em hoje      
eu te adoro muito mais.
   
Vivo desse sonho apreensivo     
em recíprocas desejáveis      
vividas por poucos      
e esperadas por muitos.
   
Guardo essa história     
em linhas de minhas mãos secas      
pela imagem de menino      
ingênuo que disfarço.      
Reafirmo     
em viver é preciso      
sem medo de acumular tristeza      
e deixar que o vivido continue...
   
...AMANHÃ.







 
 
Um comentário:
A sua forma de escrever me fez pensar assim:
entendo, sinto, mais ele diz muito mais do que posso entender. Tem algo figurado que só o sentir dele tem a compreensão.
Mas o final complementa o texto que li abaixo - e preciso quase que talhar isso na minha mente, no meu sentir. Viver o hoje, viver o momento intensamente.
bjs
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