Muitos anos atrás, desenhei nas areias do deserto da minha imaginação - alguém. Uma imagem imparcial, um modelo de minha vida, uma surreal presença. Alguém, a quem depositei toda a minha esperança translúcida.
Sonho de mim, vida de minha simbologia, água de minha emoção. Porém o tempo tomou conta da erosão desta imagem, despedaçando uma proposta a qual era verdadeira e somente presente em minha distorção ingênua.
Hoje, já não tão inocente, deixo esse sonho para trás, pois não acredito mais em sua existência, neste alguém.
O viver é preciso, mas quando não se há um propósito para este, o mesmo se torna vazio como meu signo, que agora chora neste imenso, onde não possuo bússola.
Ainda tenho fé de que esta imagem desenhada nas tristes areais faça parte de meu deserto real.
Espero que o sonho deixe de ser hipotético e desmistifique minha imaginação boba e peculiar, para que então, plante uma árvore neste solitário vazio.
27 fevereiro 2009
Lágrimas no deserto
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