“É tão gosto ver o céu assim… deitado na grama… Sinto sua falta sabia?
Não vejo a hora de te encontrar… Sei que você está aí em algum lugar,
olhando pra mim… Cuidando de mim… Te amo! Tenho que ir, volto amanhã,
o cemitério já vai fechar.”
15 novembro 2011
MicroConto FOUR - Sentimento que não morre.
14 novembro 2011
A bunda que engraçada
A bunda, que engraçada.
Está sempre sorrindo, nunca é trágica.
Não lhe importa o que vai
pela frente do corpo. A bunda basta-se.
Existe algo mais? Talvez os seios.
Ora – murmura a bunda – esses garotos
ainda lhes falta muito que estudar.
A bunda são duas luas gêmeas
em rotundo meneio. Anda por si
na cadência mimosa, no milagre
de ser duas em uma, plenamente.
A bunda se diverte
por conta própria. E ama.
Na cama agita-se. Montanhas
avolumam-se, descem. Ondas batendo
numa praia infinita.
Lá vai sorrindo a bunda. Vai feliz
na carícia de ser e balançar.
Esferas harmoniosas sobre o caos.
A bunda é a bunda,
rebunda.
Mulher de ferro
Era uma mulher muito engraçada,
não tinha roupa, não tinha nada.
Ninguém ela fazia rir,
porque palhaços não tinha ali.
Ninguém ela fazia chorar,
porque nada sabia sobre amar.
Ninguém ela fazia entender,
porque vivia a não se mover.
Mas ela era como o ferro,
na loja de doces, no quero-quero.
13 novembro 2011
MicroConto THREE – O samba do matrimônio
Tudo é uma questão
de manter o silêncio! - disse ela
socando uma panela,
enquanto o marido roncava de antemão.
MicroConto TWO – Enquanto os cães dormem, o gatos brincam.
“Onde deixei meu coração? Você o viu mamãe?” – perguntou a ruiva, de fios; longos, de cabelos.
”Não, eu não o vi! Mas sei onde está.” – respondeu com a cabeça, na janela; os olhos, no passado.
“E onde está?”
”Está atrás da igreja…” – saciada, finalizou.
12 novembro 2011
MicroConto ONE – Sexo sem vergonha
Na biblioteca, uma criança atentada com um livro nas mãos.
Entre caras e bocas, páginas manchadas, volúpia.
O que ele lia? Parque de diversões para iniciantes.
05 novembro 2011
carpe diem
O dia é seu, não farás dele um recomeço,
feito que é indutivo dos pensamentos de
outrora.
Viva com a irracionalidade que Deus te
presenteou, a vida não existe amanhã,
só existe com o sorriso de
hoje.
Pego emprestado os versos de Horácio,
confio-te o segredo do universo,
carpe diem quam minumum credula
postero.
03 novembro 2011
pseudo escola
Na infância, tudo é admissível,
o amor da jovem pelo jovem;
mas só é sentimento, quando
o amor do jovem é pelo jovem.
Tudo o que se assemelha é –
pseudo –, só não é amor o que
é imposto por uma ideologia
que dita as regras injustas, para
que o jovens não se amem por
suas semelhanças, diferenças.
01 novembro 2011
medo
Medo,
sem você eu sinto
medo!
Medo
de caminhar pelo
medo
de não conseguir chegar a lugares que
medo
me expõe por eu ser uma pessoa que
medo
sente do novo. E posso dizer que eu tenho
medo
de caminhar por ruas que não conheço, e estas me transparecem somente
medo.
Medo
é o que não quero sentir e, então, eu me pergunto onde está você para me proteger do
medo
e mais uma vez quando não te acho em lugar algum lembro que
medo
é somente uma palavra
e, então, eu deixo de sentir o sentimento que me aflinge, o
medo.