Onírico
Pegadas feitas de água,
Será que estou perto de um lago?
Marcas feitas no barro,
Será que me preocupo com meus sapatos?
Cabelo despenteado,
Será que devo amarrá-los?
Paixões já adormecidas,
Será que devem ser banidas?
Inatividade no travesseiro,
Alfa, Beta e Zeta oscilam.
O que quero Onírico?
Sei que podes me ajudar.
Deixe-me escolher,
Em qual ponto adormecer.
Alfa, Beta ou Zeta.
E quando estiver inativo,
Ficarei perdido?
O que devo escolher?
Acho que os astros vão me entender.
Mas qual eleger?
A imaginação, a sensibilidade e a profundidade?
A forma, o palpável, a matéria?
O invisível e o intocável?
A paixão, o calor e a energia?
Sinto-me em ti Onírico,
Perdido em meu próprio cosmo,
Buscando nos astros,
O que preciso de fato.
Um comentário:
Gostaria de ter tempo para responder com um poema, mas o momento me leva a ir direto ao ponto, se é que se pode ir direto ao ponto de um alvo abstrato.
Entendo o Onírico como um ponto de interrogação, como uma preocupação em entender um caminho a seguir, a utopia de um apelo que busca encurtar a dor de uma questão que aflige, que corroi de forma intensa, talvez mais intensa do que realmente é. A dor, a dúvida, ou qualquer outro nome que se possa dar, necessita do seu tempo para se recuperar. Os astros, os sonhos são lindos, mas abstratos. São cápsulas de açúcar para aliviar o psicológico da dor.
Mas quem realmente pode separar o coração da razão, sem sofrer, sem perder?
A vida é feita de escolhas – isso é bom – mas também ruim. O livre arbítrio é culpado de todas as coisas boas que acontecem em nossas vidas, mas também é responsável pelas coisas ruins.
Ah, Onírico!!! Se pudesses apenas ser palpável (sometimes), acho que certas dores poderiam ser evitadas.
Rodrigo!!! Achei lindo, profundo, triste e confuso, mas cheio de esperança e positividade. Mais um abstrato de você...
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