MIRO TESÃO em meus querer.

Jogo-me em seu leito. De braços abertos, espero por ti. Silêncio da minha noite, minha esperança descoberta no meio dos vultos vulgares da minha imaginação peçonhenta de desejos calados. Ao ver-te se aproximando, flamo, retorço meu suor, BEIJO a atmosfera que me acoberta, tateio com os olhos seu corpo, meu corpo, talvez... Não importa, que seja nosso então. Infamo-te com apenas as baforadas que me arranca, explosões de inconseqüências mórbidas de alguém que te quer. Brinco COM PERVERSÃO e endiabrando-te, arranco o seu íntimo, tomo-o para mim, acolho-o, anseio-o, excito-o, afago-o, devoro-o. Nutro-me de sua juventude exposta por gestos de criança mimada. Ingiro-o com apenas mãos de quem não deseja parar, se for para ter interrupções em nossa distração, almejo que seja para freqüentar meu inconsciente em SEU ÓRGÃO oco e musculoso, centro motor da circulação de seu sangue. Meu néctar, minha aquisição em expectativas de algo que desejo. Bebo e libero a mim, personagem que respira, que tem vida, que sente, que racionaliza, que tem expoente, que será para sempre mesmo não presente composição de sua história, páginas do livro de sua vida, colaborador do tempo, do seu E do meu. Entrego-me a ti e me REALIZO sem dengo, pois quero carne, quero saciar minha fome de selvagem hematófago. Quero te ver atingindo o arrebatamento, levar a ti contribuição das MINHAS FANTASIAS. Quero-o pra mim, quero que dure, quero neste momento tudo. MIRO intenções à distância, quero propor, pedir, impor que seja entregue e confiante em minhas promessas. Não temos nada a perder, temos? Eu não tenho. Jogue-se em meu leito, e lado-a-lado, deixe-se desvendar silêncio cobiçado. Abramos o coração, que seja recíproco. Vivemos do mesmo presente TESÃO.